O Ibn Battuta Mall, localizado em Dubai, é considerado o maior shopping temático do mundo. Ele foi inspirado na volta ao mundo realizada pelo jovem marroquino Ibn Battuta, que percorreu mais de 120 mil km e que durou 29 anos.
Retrato do viajante Ibn Battuta
Para o post não ficar muito longo, vou dividir o assunto em duas partes. A primeira, sobre a volta ao mundo de Ibn Battuta. Na segunda parte, mostrarei o shopping Ibn Battuta Mall.
Muhammad Ibn Battuta ou simplesmente Ibn Battuta, nasceu em 25 e fevereiro de 1304, em Tânger, no Marrocos, durante a Dinastia Meríndia. Ibn pertencia a uma família de estudiosos das leis do Islã e, quando jovem, teria estudado na "escola" sunita Maliki, da Lei Muçulmana, que era dominante no norte de África naquele tempo.
Em junho de 1325, quando tinha 21 anos de idade, Ibn Batuta partiu de Tânger, sua cidade natal, em uma hajj a Meca, para uma viagem que levaria 16 meses, mas ele não voltaria novamente ao Marrocos por 24 anos.
*Haji é o nome dado à peregrinação realizada à cidade santa de Meca pelos muçulmanos. É considerada como o último dos "Cinco pilares do Islamismo", sendo obrigatória, pelo menos uma vez na vida, para todo o muçulmano.
Primeiro itinerário - de 1325 a 1332
Primeira etapa da volta ao mundo de Ibn Battuta
A rota desta primeira viagem englobou o Norte África, Iraque, Península Arábica, Somália e Costa da Swahili e durou 7 anos, sendo concluída em 1332.
A segunda etapa foi a mais longa, durou 16 anos. Começou em 1332 e foi até 1348.
Segundo itinerário - de 1332 até 1348
Segunda etapa da vota ao mundo de Ibn Battuta
Nesta longa segunda etapa, Ibn Battuta percorreu o Iêmen, a África Oriental, as margens do Rio Nilo, a Ásia Menor, a costa do Mar Negro, a Crimeia, a Rússia, o Afeganistão, a Índia, as ilhas da Sonda, na Indonésia e a região do Cantão, na China.
Em 1348, Ibn Battuta chegou a Damasco com a intenção de retrair a rota de seu primeiro hajj. Ele então soube que seu pai morreu 15 anos antes. Depois de chegar a Meca, ele decidiu voltar para Marrocos, quase um quarto de século depois de sair de casa. No caminho, ele fez um último desvio para a Sardenha e, em 1349, retornou a Tânger por meio de Fez, apenas porque descobriu que sua mãe também morreu alguns meses antes.
Terceiro e último itinerário - de 1349 a 1353
Terceira e última etapa da volta ao mundo de Ibn Battuta
Depois de alguns dias em Tânger, Ibn Battuta partiu para uma viagem ao território controlado pelos muçulmanos de al-Andalus na Península Ibérica. Ibn esteve em Granada, na Espanha, quando esta era ainda a capital do Reino Nasrida (dinastia muçulmana ibérica). Depois, realizou a travessia do Deserto do Saara, pelo famoso e mítico trilho das caravanas de Tombuctu.
Ao voltar para casa, Ibn parou por um tempo em Marrakesh, que era quase uma cidade fantasma, após a recente praga da Morte Negra e a transferência da capital para Fez.
Em 1353, aos 51 anos, Ibn Battuta concluiu sua volta ao mundo e voltou a morar no seu país de origem, o Marrocos. Faleceu na cidade de Fez, em 1369, aos 64 anos. Para a época, teve uma vida longa.
A obra com seus relatos de viagem, ditados e escritos pelo seu secretário, chama-se Tuhfat Annozzâr fi Ajaib Alamsâr, Na qual relata as várias epopeias e jornadas aventurosas de sua vida de viajante explorador.
Ibn Battuta, em seus relatos, diz que jantou com mendigos e dormiu entre reis. Enfrentou guerras, pestes e também atuou como juiz. Ou seja, teve uma vida fascinante.
O aeroporto de sua cidade natal, Tânger, hoje se chama Aeroporto Ibn Battuta, em homenagem a este famoso viajante marroquino.
Na minha opinião, Ibn Battuta foi o maior viajante de todos os tempos. Um visionário, bem à frente do seu tempo.
No próximo post então, mostrarei o Shopping Ibn Battuta Mall, cuja belíssima decoração foi inspirada nas viagens deste desbravador.
Beijos,
Ana Maria
* Se você quiser saber mais sobre esta incrível viagem de Ibn Battuta, clique na página da Wikipédia que, mesmo sendo um resumo, tem muitas informações.
* Se você quiser saber mais sobre esta incrível viagem de Ibn Battuta, clique na página da Wikipédia que, mesmo sendo um resumo, tem muitas informações.
Foi sim amiga. Será que foi triste ver as perdas pelo caminho? Porque se já não os via (pai e mãe)... enfim, uma história interessante. Não consigo imaginar tanto tempo viajando. Talvez porque nunca tinha pensado na experiência né?
ResponderExcluirBom amiga, tenho que te deixar aqui os votos de Feliz ano novo, espero que tenha ainda mais viagens maravilhosas em 2018 e possa enriquecer mais a internet com toda a cultura de outros países.
Beijão amiga. Fica com Deus ❤🙏
Oi Lu, imagino que, quando ele se dispôs a fazer esta viagem, sabia que poderia nunca mais ver seus familiares, foi uma escolha dele. Adoro viajar, mas também não me imagino ficar anos vagando pelo mundo.
ExcluirMuito obrigada, querida amiga, também desejo que 2018 seja muito incrível para você.
Um super beijo e que Deus também te acompanhe.
A estória dele é fascinante! E, parabéns por abordar este assunto, desconhecido da maioria do público.O roteiro dele foi show de bola. Meu pé já ficou até coçando! Beijos
ResponderExcluirOi Ju, nem me fale, a segunda etapa da viagem de Ibn Battuta me deixou toda em urticária, ou seja, pura coceira.
ExcluirVerdade, pouca gente sabe sobre esta história. Eu mesma, só soube através do shopping em Dubai e fiquei fascinada.
Beijão