Leh é um lugar que à primeira vista pode não encantar, pois logo que se chega, após sobrevoar a Cordilheira dos Himalaias branquinha de neve, chegamos a uma cidade marrom, cheia de montanhas, pedras, terra e com pouco verde.
No primeiro dia eu até a sentir um certo tédio, pois precisava de repouso absoluto, por causa da altitude, e não tinha gostado muito da paisagem, porque só via pedras. Até comecei a chamar Leh de "cidade de pedra".
Nos dias seguintes fui conhecendo melhor o lugar e me apaixonando! O lugar é realmente fascinante e muito especial. Viajei muito em companhia das pedras e adorava aquela paisagem. Com exceção das estradas perigosas e cheias de curvas que, aliadas à altitude, me causavam muitas náuseas.
Leh é o coração do distrito de Leh e capital de Ladakh, no estado de Jammu e Kasmir (Caxemira), na Índia e está localizada está localizada no Vale do Rio Indus, entre as antigas rotas comerciais de Kashgar, Caxemira e Tibete. Sua importância como uma cidade comercial abrandou com a partição da Índia britânica, e terminou com o fechamento da fronteira em 1962 durante a guerra sino-indiana.
Desde a abertura aos turistas em 1974, além da agricultura, o turismo tornou-se uma das principais fontes de economia da cidade.
A paisagem em volta de Leh é dominada por montanhas e está ligada ao resto da Índia através de duas estradas de alta altitude, ambas sujeitas a frequentes deslizamentos de terra, pedras e neve, por isso permanecem fechadas do outono até a primavera.
As estradas locais no Vale do Rio Indus permanecem abertas no inverno, porque o nível de precipitação de chuvas e neve é baixo.
As estradas locais no Vale do Rio Indus permanecem abertas no inverno, porque o nível de precipitação de chuvas e neve é baixo.
A cidade é dominada pelas ruínas do Palácio de Leh, a antiga residência da família real do Ladakh.
Altitude e o Mal da Montanha
A elevação da cidade é de 3.505m acima do nível do mar, por isso é necessário repouso absoluto nas primeiras 24h, a fim de evitar o mal da altitude.
Cachorrinhos se aquecendo no sol.
Eu não passei mal como aconteceu em Cusco, mas senti muito cansaço físico. Como a cidade é cheia de subidas e descidas, mesmo a uma suave elevação me deixava com a língua de fora.
Fui entre o final de abril e início de maio, a temporada turística não tinha começado, pois as estradas estavam ainda fechadas por causa da neve.
Internet e telefonia
A internet é muito ruim por lá, serviço lento e frequentemente há blackouts de algumas horas ou até de 2 dias. As linhas de celulares são controladas pelo governo da Caxemira e chips do resto da Índia não funcionam lá. Eu consegui alugar um SIM Card (chip) no hotel onde eu me hospedei.
Para telefonar, há várias lan houses que oferecem o serviço via skype, mas também dependem da internet.
Há muitos pequenos restaurantes de comida tibetana e indiana, mas achei a comida muito gordurosa, talvez devido ao clima frio, para dar caloria ao corpo.
Comidinha típica indiana com Gulab Jamun de sobremesa.
Rapadura e erva-doce pós almoço, para amenizar o tempero apimentado.
Vitrine de uma loja de doces. Será que eu levei um ou dois de cada?
Hotelaria
Existem muitas opções de hospedagem em Leh, mas a maioria mesmo são guest houses. Eu fiquei num hotel/guest house onde eu era a única hóspede, já que a temporada turística ainda não tinha começado. Também farei um post falando sobre a hotelaria, custos, etc.
População: de acordo com o senso de 2011, o município de Leh tinha 30.870 habitantes, sendo 70,2% do sexo masculino e 29,8% do sexo feminino. Esta diferença se deve porque a maioria dos habitantes serem imigranets de outras regiões da Índia.
Vendedor de frutas secas
Comprei algumas frutas secas como tâmaras, damascos e macadâmias
Idioma: o idioma oficial é o ladakh, mas muitos falam inglês e hindi. Os nativos são etnicamente tibetanos e falam lehskat, um dialeto da língua ladakh.
Julley! Ao invés do tradicional Namastê, saudação feita em quase toda a Índia, em Ladakh, o cumprimento oficial de saudação é Julley!
Religião
Em 2011, 43,9% da população do município de Leh era budista, 35,4% hindu, 15,4% muçulmana, 2,7% sikh, 0,9% cristã, 0,05% jainista e 0,17% eram ateus ou de outras religiões.
Leh é chamada também de Pequeno Tibet e frequentemente Dalai Lama procura o local para retiros espirituais.
Mesquita na rua principal
Outra mesquita na rua principal de Leh
Igreja cristã
Escola em Leh
Estudantes brincando no pátio da escola
Clima
O clima de Leh é do tipo desértico frio, com invernos frios e longos, de outubro ao início de março, com temperaturas mínimos que chegam a -42ºC. No verão, a máxima chega a 27ºC, mas permanece amena a maior parte do ano.
Nos primeiros dias o vento era tão gelado que cortava a pele!
Mas quando saía o sol, a temperatura ficava bem mais agradável
Clima
O clima de Leh é do tipo desértico frio, com invernos frios e longos, de outubro ao início de março, com temperaturas mínimos que chegam a -42ºC. No verão, a máxima chega a 33ºC, mas permanece amena a maior parte do ano.
Quando eu fui, no final de abril de 2016, era quase verão e mesmo assim, durante a noite fazia entre 7 e 9 graus negativos. Durante o dia, a máxima variava entre 5 e 10 graus. Para conseguir beber água mineral, eu tinha que deixar a garrafa no sol, pois a água naturalmente congelava.
Animais de pelos longos
O interessante é que, por causa do clima gelado boa parte do ano, os animais como vacas, cães, cabras e camelos são extremamente peludos.
Segurança
Leh é um dos lugares mais seguros da Índia. Pode até dar um certo medinho andar à noite, pois muitas ruas são escuras e sem iluminação, mas não há perigo.
O ideal é andar com uma lanterna, que podem ser a do celular mesmo, mas enxergar onde vai pisar, pois há muitos valas de drenagem e cães de rua, que podem querer defender o beco onde você entrar por engano.
Tecidos e tapetes secando ao sol.
Quando eu fui, no final de abril de 2016, era quase verão e mesmo assim, durante a noite fazia entre 7 e 9 graus negativos. Durante o dia, a máxima variava entre 5 e 10 graus. Para conseguir beber água mineral, eu tinha que deixar a garrafa no sol, pois a água naturalmente congelava.
Animais de pelos longos
O interessante é que, por causa do clima gelado boa parte do ano, os animais como vacas, cães, cabras e camelos são extremamente peludos.
Segurança
Leh é um dos lugares mais seguros da Índia. Pode até dar um certo medinho andar à noite, pois muitas ruas são escuras e sem iluminação, mas não há perigo.
Ruas desertas, mas o único perigo é pisar em valas ou ser atacado por cães.
O ideal é andar com uma lanterna, que podem ser a do celular mesmo, mas enxergar onde vai pisar, pois há muitos valas de drenagem e cães de rua, que podem querer defender o beco onde você entrar por engano.
Mais cachorrinhos se aquecendo no sol.
Mercado
O mercado principal tem algumas lojas de doces, roupas e frutas secas, assim como nas calçadas do centro.
Algumas tendas de roupas do mercado
Parte de trás do mercado principal de Leh
O centro da cidade estava todo em obras quando eu fui, inclusive a rua principal. Imagino que já deve ter ficado pronta e muito bonita.
Rota da Seda
Durante muitos séculos, Leh foi um importante ponto de passagem das rotas comerciais ao longo Vale do Rio Indus, entre a Índia e a China. As principais mercadorias transportadas eram sal, cereais, pashmina e seda.
Principais atrativos de Leh e região
Curiosidade: Maratona do Ladakh, a maratona mais alta do mundo é realizada anualmente desde 2012 e acontece no primeiro ou segundo domingo de setembro, em altitudes que vão dos 3.500 aos 5.370 metros.
A cidade de Leh é pequena e pode ser facilmente explorada a pé. Para visitar os arredores, é necessário contratar um táxi ou o serviço de alguma agência de turismo, que tem aos montes por lá.
Existem muitos templos budistas em Leh, mas como eu tinha visitado vários em Sikkim, optei por conhecer outros atrativos, como o Palácio, Magnetic Hill, Nubra Valley, Encontro dos Rios Indus e Zanskar e Pangong Lake.
*Pangong Lake está localizado em uma área restrita, controlada pelas Forças Armadas da Índia e é preciso uma permissão especial para visitar. Em breve farei um post explicando sobre esta permissão e também sobre os principais atrativos.
Durante o verão são muito comum expedições de motos, na rota Leh x Manali e há várias agências que alugam motos estradeiras, inclusive a agência onde eu aluguei o carro. Indicação da agência será no post sobre a permissão para visitar área restrita.
Como chegar em Leh
Avião: Leh dispõe do Aeroporto Kushok Bakula Rimpoche, com voos regulares da Jet Airways, GoAir, Air Índia e no final de março, também pela Vistara.
Avião: Leh dispõe do Aeroporto Kushok Bakula Rimpoche, com voos regulares da Jet Airways, GoAir, Air Índia e no final de março, também pela Vistara.
Carro, ônibus ou moto: pelas estradas de Srinagar e de Manali, porém, somente durante os meses do verão.
Trem: em Ladakh não há ferrovias.
O que você achou de Leh?
Beijos,
Ana Maria
O que você achou de Leh?
Beijos,
Ana Maria
Ana,
ResponderExcluirÉ tranquilo vontratar agencias estando lá?
Oi Denise, sim, muito tranquilo, em Leh você dá um passo e tropeça em 10 agências de viagens. Mas fique atenta ao período que você vai, pq se for época que as estradas estão fechadas por causa da neve (só ficam abertas entre 4 a 5 meses por ano, em média de abril/maio a setembro), depende se teve muita neve ou não), você não vai conseguir ir muito longe de Leh. Mas mesmo assim, já vale a pena, é um lugar incrível. Beijos
Excluir