Este é a terceiro e último post sobre o Mehrangahr Fort, onde eu vou mostrar as galerias com objetos usados pelos marajás que viveram neste Forte, localizado no estado do Rajastão, na Índia.
Passando pelo pátio Shringhar Chowk, lado Sul, tem um aposento chamado Elephant Howdah Gallery, que é uma exposição de assentos para andar sobre os elefantes. Estes assentos, dos séculos 18 e 19, são chamados de Howdahs.
Elephant Howdah Gallery
Assentos para andar sobre elefantes
Nesta galeria encontramos vários Howdahs ornamentados que fazem parte da Coleção Real de Jodhpur, que é considerada a melhor do país.
Royal Palanquins Gallery - Galeria de Palanquins Reais
Assentos para transporte dos Marajás e suas esposas
Outro tipo de assento utilizado pelos marajás e suas mulheres, como também pelos nobres da época era os Palanquins. Estes eram carregados por homens. Os Palanquins cobertos eram utilizados pelas mulheres e os abertos, pelos homens. Alguns são verdadeiras obras de arte.
Cradles Gallery - Galeria de Berços
Berços dos Príncipes
Aqui estão expostos os berços (Cradles) elaborados para uso dos pequenos príncipes, filhos dos marajás. Todos com muitos trabalhos ou detalhes em ouro.
Textile Gallery - Galeria Têxtil
A decoração com tapetes e tecidos estava entre os apetrechos mais dramáticos e coloridos da vida real na Índia medieval. Tapetes preciosos, chintzes coloridos, ricos bordados, brocados e veludos demonstravam toda a magia e esplendor das residências imperiais.
*Chintz: um tecido estampado produzido na Índia, de 1600 a 1800, bastante popular como roupa de cama e para patchwork.
A Galeria dos Têxteis compreende várias peças da era Mughal, paredes de tendas, toldos, cortinas e tapetes que datam do final do século 17 a meados do século 18. O Mehrangarh Fort detém, talvez, a maior coleção do mundo de tais tecidos a partir deste período.
Painting Gallery - Galeria de Pinturas
Galeria de Pinturas
Esta Galeria exibe uma grande e magnífica coleção de pinturas, apresentando a evolução de estilos do século 17 até o século 19, quando surgiu o estilo Rajastani definitivo, que mistura o naturalismo Mughal com o estilo Folk local e cores fortes.
As pinturas de pinturas Jodhpur tornaram um rumo ainda mais exuberante sob o domínio do Marajá Man Singh (1803-1843), quando foram feitas pelo governante, suas esposas e a nobreza da época. Man Singh era um homem com devoção religiosa e ele também encomendou muitas pinturas de seus gurus, assim como textos filosóficos.
Pictures Gallery - Galeria de Fotos
Há vários murais como este, com fotos dos marajás, suas belas esposas e filhos.
Aqui o visitante pode tirar uma foto com sua câmera ou celular, mediante pagamento de 50 rúpias (menos de R$ 3,00).
O turista também pode aprender a montar o típico turbante usado pelos homens do Rajastão, por 100 rúpias (cerca de R$ 5,00) ou tirar fotos em um studio como se fosse um rei ou uma rainha. Só não sei dizer se as fotos são com réplicas dos trajes típicos da realeza ou através de um banner como na foto mais acima. Fico devendo esta!
Sileh Khana Palace - Armoury - Palácio das Armas
Esta galeria exibe espadas pessoais de muitos marajás e imperadores, entre eles, o Khanda, do Marajá Rao Jodha (o construtor do Forte) e a espada do Imperador Akbar, o Grande.
Cada governante deixou algumas evidências de seu poder militar, como lanças, espadas, capacetes, armaduras, punhais e outras armas de metais, sendo que muitas eram peças únicas, confeccionadas artesanalmente por mestres especializados.
Sati: um pouco da história macabra da Era dos Marajás!
Quadros com as mãos das viúvas dos marajás!
Em uma parede do Forte existem alguns painéis com os moldes das mãos das viúvas dos marajás. Quanto estes morriam, as suas viúvas oficiais passavam pela última vez pela porta do Forte, onde mergulhavam suas mãos em argila e depois seguiam rumo ao crematório, junto com a procissão que carregava o corpo do marajá. Na procissão, seguiam os sacerdotes, a nobreza, parentes, músicos e a população local.
Cerimônia hindu de cremação do marajá e o Sati de sua viúva
No momento da cremação, a viúva se deitava ao lado do corpo do marido e os dois eram consumidos pelas chamas. Ele morto, ela viva. Depois as cinzas de ambos eram recolhidas e jogadas no Rio Ganges, em Varanasi.
*Sati: derivado do nome da deusa Sati, também conhecida como Dakshayani, que se autoimolou, porque ela foi incapaz de suportar a humilhação de seu pai Daksha por viver enquanto seu marido Shiva morreu.
Esta prática era comum tanto para os hindus quanto para os muçulmanos. Apenas a religião Sikh, desde a sua criação, proibiu este ritual macabro.
Pintura do Marajá Man Singh e sua esposa, brincando o Holi
O último Ritual do Sati foi realizado com a viúva do Marajá Man Singh, que faleceu em 1843, aos 40 anos de idade. Depois, foi abolido pelos ingleses quando estes dominaram a Índia, fazendo valer o Bengal Sati Regulation, de 1829. O Governo do Estado do Rajastão também criou, em 1987, a Comissão de Prevenção ao Sati, que proíbe a prática e o estímulo do suicídio de viúvas.
Edifícios internos do Forte
Comércio no Mehrangarh Fort
Loja de especiarias
Mas voltando com um assunto mais alegre, dentro do Forte, além de cafeterias e restaurante, tem também uma casa de câmbio, lojas que vendem temperos, sedas, artesanatos, calçados e até um posto de turismo que oferece voos de tirolesa.
Águias sobrevoando o Forte
Espetáculo das Águias
Todos os dias, entre 15:30 e 16h, as águias são alimentadas por um funcionário do Forte, que lança pedaços de carne do topo da torre em frente ao Restaurante Chokelao. Um espetáculo indescritível!
Eu fiquei maravilhada com o que estava vendo, mas na hora eu não sabia ao certo o que estava acontecendo. Só depois é que eu fui informada que tinha alguém alimentando os pássaros e que isso acontecia diariamente, neste mesmo horário!
Tirolesa no Forte
Um conjunto de tirolesas sai de dentro do Forte, atravessa as muralhas, passa por cima de um lago e termina aos pés do Forte. O valor da tirolesa custa cerca de R$ 100,00 e pode ser contratado no local ou pelo site da Flying Fox Jodhpur.
A parte dos lenços e echarpes de seda mereceram uma paradinha curiosa. O vendedor foi muito atencioso e o melhor, nada chato ou insistente para que eu comprasse alguma coisa.
Fui até o Forte de tuk tuk, pois era uma boa subida, mas desci a pé e, pelos caminhos de pedra, me deparei com algumas surpresas interessantes.
Turista é fogo... Esse senhor deve ter pensado: "tsc, tsc, tsc..."
O Mehrangarh Fort impressiona muito, seja pela pelo seu tamanho, arquitetura, decoração ou pela sua história. Foram três posts, talvez grandes demais para alguns, talvez no ponto certo para outros, enfim, foi difícil resumir em palavras e fotos tudo o que este espetacular Forte representa do passado rico e glamouroso da Índia.
Para ler os dois posts anteriores sobre o Forte de Jodhpur, é só clicar nos títulos grifados:
Espero que você tenha gostado. Se ficou alguma dúvida, curiosidade ou observação, é só deixar nos comentários.
Beijos,
Ana Maria
Lindas fotos Ana!
ResponderExcluirQue horror esse ritual...
bjs
nandaaflordapele.blogspot.com.br
Obrigada Nanda! Tu não imagina o dilema em selecionar as fotos. Precisei deixar de fora outras tantas belíssimas também.
ExcluirEsse ritual é macabro demais. E olha que antigamente eles morriam ainda jovens. As esposas, mais jovens ainda!
Beijos