Você já tinha ouvido falar em "houseboat"? O que é mesmo? Houseboat é um barco que foi construído ou modificado especialmente para ser utilizado como casa. A maioria não é motorizada e fica ancorada em algum ponto fixo, como lagos ou rios, mas algumas possuem motor e podem se movimentar.
House Boat (barco hotel) e Shikar (barquinho de transporte
Em Srinagar, a capital de verão da Caxemira, bem ao norte da Índia, existe um lago enorme e belíssimo, que é o Dal Lake e nele, existem centenas de house boats.
O lago é bastante movimento
Muita gente mora neles e outros tantos foram transformados em hotéis. É como se existisse uma outra cidade dentro de Srinagar, com casas, bares, hotéis, mercados... só que, dentro do lago.
Dal Lake e seus houseboats
Vista do Dal Lake e seus houseboats, bem em frente ao meu hotel.
Logo que eu cheguei em Srinagar, eu me hospedei no Hotel Paradise, às margens do Dal Lake, mas depois me "mudei" para um houseboat, que era administrado pelo hotel.
Hotel Paradise, em frente ao Dal Lake
Vários prédios em um pátio enorme faziam parte do hotel. O meu apartamento era no último andar do prédio da foto à direita. Sem elevador! Pelo menos eu fazia um bom exercícios, todos os dias.
O houseboat que eu fiquei era um dos mais bonitos que eu vi, todo em madeira trabalhada e, por dentro, minunciosamente decorado como se fosse realmente a casa de um morador da região.
Houseboat em que eu me hospedei no Dal Lake
Este barco tinha dois quartos suítes (com banheiros exclusivos) e duas camas de casal cada. Eu me hospedei em um deles (eu cheguei primeiro e pude escolher o melhor quarto) e uma família de quatro pessoas se hospedou no outro.
Meu quarto, com banheiro privativo.
Sala de refeições
A sala de estar, a de jantar e a varanda eram de uso comum, mas as refeições eram servidas separadamente para os hóspedes.
Sala de estar com tv
Um funcionário ficava no atendimento e, nos fundos do barco, a cozinha, onde várias pessoas trabalhavam. Um outro funcionário com um pequeno barco, ficava à disposição 24h para levar os hospedes pra lá e pra cá, conforme desejavam.
A varanda era super aconchegante!
O piso no interior do barco era todo coberto por tapetes e tínhamos que retirar os calçados ao entrar. A belíssima varanda com visa para o Dal Lake. Era sensacional ficar horas só observando o vai e vem dos barcos e pessoas.
Este era um vendedor de jóias que visitava os house boats com turistas.
Imagino que ele deve praticar Yoga!
Ele até tentou me vender alguma coisa, mas eu estava mais interessada no chai com biscoitinhos que tinham acabado de me servir...
Repare só na delicadeza da louça!
Meu barquinho particular (shikar) me aguardando em frente ao houseboat
O barqueiro
A "madám", como eu era chamada, indo passear de shikar...
"Madám", em mais um passeio!
Em terra firme
Vários barquinhos aguardando turistas para passeios pelo lago
Passeio noturno em terra firme
Agora, um pouco sobre o Dal Lake, que possui 8km de extensão e 4km de largura.
Este senhor está tão acostumado com os barquinhos que viaja de pé mesmo!
Casinhas mais simples, de moradores. Estas não são houseboats, mais se parecem com palafitas mesmo.
Restaurante
Mercadinho
Curiosidade sobre o Dal Lake: na verdade, o Dal não é apenas um lago, e sim, três lagos: Lokut, Bod e o Dal, que possuem um labirinto de canais intrincados, ilhas de vegetação, houseboats e jardins artificiais com plantações de frutas e legumes.
Jardins artificiais com pequenas plantações
No Dal Lake existem também muitos jardins artificiais flutuantes, onde o pessoal planta batatas, tomates, pepinos, abóboras e muitos outros vegetais, além de algumas frutas, como melões.
A parte sul ocidental do lago tem uma profundidade máxima de cerca de 12m. As águas do Dal Lake recebem reforço das águas do Mar Sar, que desce das montanhas na época do degelo. Na parte ocidental, podemos ver algumas ilhas e suas margens, cercadas por salgueiros, são muito férteis.
Devia ser horário de rush, Nem quem mora no lago escapa dos engarrafamentos.
Causando no houseboat, da série "exóticos são os outros"
Não foi diferente do que em outros lugares na Índia! A notícia de que uma turista exótica estava hospedada em um houseboat correu o lago e atraiu muita gente, de vários barcos vizinhos, e todos queriam tirar fotos com ela. Quem seria ela?
Era euzinha mesmo e, a todo momento eu recebia visitantes que queriam tirar fotos comigo. Sabe-se lá o que comentavam... Será que pensavam que eu era alguma artista internacional passando as férias na Índia? Era muita gente em peregrinação até o meu barco!
Eu já tinha tirado foto com este indiano e a esposa dele, mas antes de ir embora, ele ainda tirou mais uma fotinha de longe. Não perdi tempo, saquei minha câmera e disparei o click de volta! E o meu barqueiro só observando...
Me hospedar em um houseboat foi mais uma muitas e inesquecíveis experiências que eu tive na Índia.
Você já tinha ouvido falar nestes houseboats? O que você achou deste tipo de hospedagem?
Beijos,
Ana Maria
*Valores: eu paguei as diárias do houseboat e do hotel juntas, em dinheiro (como quase tudo na Índia, pois no cartão era sempre mais caro), então não lembro quanto paguei pela hospedagem, mas se eu lembrar, atualizo aqui no post.
Muito legal! A decoração é linda!
ResponderExcluirMuito engraçado as pessoas querendo tirar fotos com você, tipo celebridade...rsrs
bjs
http://nandaaflordapele.blogspot.com.br/
Oi Nanda,
ExcluirA parte interna do barco é de madeira toda trabalhada, belíssima.
Quanto ao assédio para fotos, no início eu até me assustei, pois num dos pontos turísticos (Qtub Minar, em Delhi) teve até aglomeração de gente para tirar fotos comigo, mas por sorte um dos guardas do parque me ajudou a "escapar", hehee
Depois eu aprendi a lidar e não tive mais problemas.
Beijos
Nunca tinha visto isso e achei o máximo!!!! Que boa sorte a sua em viajar e conhecer novas culturas, adorei a postagem!!! Bjks.
ResponderExcluirwww.blogbelissima.com.br
Obrigada querida.
ExcluirPois é, sei que foi um privilégio poder vivenciar tantas coisas diferentes nesta viagem à India e sou muito grata a Deus por isso. Quando eu penso em reclamar de alguma coisa, me lembro desta viagem e acabo agradecendo, ao invés de reclamar.
Beijos