Eu já publiquei vários posts sobre os principais atrativos turísticos de Delhi, a capital e segunda maior cidade da Índia, mas faltava uma apresentação geral da cidade e hoje vou tentar fazer isso. Não é uma tarefa fácil descrever esta cidade tão peculiar e com mais de 11 milhões de habitantes.
É complicado entender que existem duas Delhis em uma e que cada uma têm suas características distintas e cheias de contrastes, mas que se harmonizam entre si e ambas são uma continuidade da outra, dentro da metrópole de Delhi, na Índia.
Anterior a Delhi existiram antes oito cidades, embora alguns historiadores afirmem que já foram quinze. No contexto atual, são duas em uma: Old Delhi e New Delhi, a Velha e a Nova Delhi.
A capital mais verde do mundo!
Delhi é considerada a capital mais verde do mundo. Possui cerca de 22% de sua área total distribuída entre praças, parques, avenidas largas e amplos bulevares cercados de árvores exuberantes, que embelezam ainda mais esta cidade, onde o antigo e o moderno convivem em total harmonia.
Na parte mais nova e moderna da cidade é onde fica a sede do governo federal. Esta parte foi projetada pelo arquiteto britânico Sir Edwin Landseer Lutyen e em reconhecimento à sua contribuição, Nova Delhi é também chamada de "Lutyen's Delhi".
Chegando ou partido do país pelo Aeroporto Internacional Indira Gandhi, nos deparamos com um aeroporto moderno e com aparato de segurança bem austero.
Só tem acesso ao saguão de embarque quem está com o bilhete emitido e próximo do horário de check-in. Após a identificação com os seguranças, ainda temos que passar pelo detector de metais. Acompanhantes têm que receber ou dar tchauzinho aos viajantes do lado de fora. E quem precisa comprar seu bilhete direto com alguma companhia aérea, tem um anexo somente para este fim.
É prevenção contra ataques terroristas, pois as guerras contra o vizinho Paquistão deixaram a Índia sempre em estado de alerta.
Só tem acesso ao saguão de embarque quem está com o bilhete emitido e próximo do horário de check-in. Após a identificação com os seguranças, ainda temos que passar pelo detector de metais. Acompanhantes têm que receber ou dar tchauzinho aos viajantes do lado de fora. E quem precisa comprar seu bilhete direto com alguma companhia aérea, tem um anexo somente para este fim.
É prevenção contra ataques terroristas, pois as guerras contra o vizinho Paquistão deixaram a Índia sempre em estado de alerta.
Linha de metrô Airport Express
A linha expressa de metrô que liga ao aeroporto, a Airport Express, é uma das mais modernas em que eu já andei. O sistema é todo computadorizado, dispensa até o piloto humano. Um bilhete custa cerca de INR 100 (cem rúpias), cerca de R$ 17,00.
Porém, as imagens de Delhi mais conhecidas por nós são as do caos do trânsito de milhares de carros, ônibus, tuk tuks, motos, bicicletas, riquixás (veículos de tração humana), vacas, uma multidão de pessoas entre trabalhadores e pedintes, além de poluição, calor, muita sujeira nas ruas, enfim, as imagens de Delhi que mais que correm mundo são apenas uma parte desta cidade que já presenciou o surgimento, ascensão e queda de vários impérios ao longo de milênios.
Como na India nada do que se vê num primeiro momento pode defini-la por completo, em Delhi não é diferente. É tudo muito colorido, muito antigo, muito moderno, muito intenso!
Lodhi Gardens, um refúgio de área verde para fugir do sol forte do verão indiano.
Para se locomover pela cidade, a rede de metrô é bem servida, além dos táxis e os tuk tuks (triciclos verde e amarelo que também são táxis) e ônibus.
Tuk tuk, o meio de transporte mais rápido para atravessar a cidade.
Alugar um carro é loucura, a não ser que você seja um indiano nascido e criado em Delhi. A direção possui mão inglesa (do lado direito), mas a dificuldade maior não é esta e sim, entender como funciona o trânsito local.
A Old Delhi, com história milenar e cujos registros apontam o ano de 736, tem ruas estreitas, muitos prédios colados uns nos outros, fiação elétrica irregular, vários templos, mesquitas, monumentos imponentes, mercados, muita gente, várias vacas e cães soltos pelas ruas.
Riquixás, em Old Delhi
E muito, mas muito barulho, buzinadas, enfim, o caos que estamos acostumados a ver pela TV e até em alguns filmes. E o mais intrigante: eles se entendem e tudo funciona de jeito deles. Nos mais de 10 dias em que eu passei em Delhi, não vi um único acidente, nenhum assalto ou violência física!
Existem muitas joalherias na parte antiga, todas nas ruas, com as joias expostas, sem seguranças e sem nenhum perigo de assalto! Tão incrível quanto tentar definir esta cidade em poucas palavras!
Algumas dicas de lugares para se visitar na Velha Delhi
Jama Masjid, a maior mesquita da Índia, encomendada pelo imperador mughal Shah Jahan, o construtor do Taj Mahal, e concluída no ano 1656. Turistas com equipamento fotográfico precisam pagar uma taxa para entrar na mesquita.
Chandni Chowk, um dos mercados mais antigos e mais movimentados em Old Delhi, construído no século 17 pelo imperador mongol Shah Jahan, e desenhado por sua filha preferida Jahan Ara, logo após a construção do Red Fort.
O Red Fort, um belíssimo forte vermelho, também mandado construir pelo imperador mongol Shah Jahan, o mesmo imperador que construiu o Taj Mahal, após a morte da esposa, quando transferiu a capital da Índia de Agra para Delhi.
Em frente ao Red Fort tem o templo jainista Digambar Jain Temple. Quando eu fui ele estava fechado, por isso não visitei.
A seguir, dicas de alguns lugares para se visitar na parte nova de Delhi
Connaught Place: Ah, este é um dos bairros mais bonitos que eu conheci em Delhi, e que foi projetado por Lutyen. São várias ruas rodeando um conjunto de prédios brancos, onde se encontra de tudo: comércio de marcas locais e famosas, fast foods, bancos, joalherias, camelôs e muitos restaurantes legais.
É bem seguro de andar pelo bairro, inclusive à noite, e um excelente local para se hospedar. Foi meu lugar preferido na cidade para passear e fazer compras.
No coração de Connaugth Place tem uma praça com uma enorme bandeira do país, que se exibe dançando conforme a força do vento.
Neste local eu presenciei um pronunciamento do governo indiano, que foi transmitido também em vários telões espalhados em volta da praça e com intenso policiamento.
Há também um shopping subterrâneo, o Palika Bazar, onde um labirinto com centenas de lojinhas vendem roupas, malas, sedas, jóias e uma infinidade de produtos, inclusive réplicas de marcas famosas. Aqui vale a lei da pechincha. Nenhum preço exposto é definitivo.
Templo de Lótus, um dos mais famosos e modernos templos de Delhi, em formato de uma flor de lótus, que é o símbolo da Índia. Foi concluído em 1986 e já ganhou inúmeros prêmios de arquitetura. Pertence à religião Baha'i, de origem persa e é aberto aos visitantes de todas as religiões.
Raj Path ou Caminho do Rei é a principal avenida e boulevard da área nova e onde está localizado o India Gate, o Portão da Índia, famoso monumento em homenagem aos indianos mortos em várias guerras, como na 1ª Guerra e na Guerra contra o Afeganistão.
Raj Ghat - abriga o Memorial a Mahatma Gandhi. É o local onde ele foi assassinado por um extremista hindu e onde ele também foi cremado. Parte de suas cinzas foram jogadas no Rio Ganges e a outra parte se encontra neste mausoléu de mármore preto, com uma chama eterna. Não se paga nada para entrar.
Humayun's Tomb - este mausoléu foi mandado construir pela viúva de Humayun e abriga também os restos mortais dela e de mais de cem pessoas, entre descendentes e a comitiva de Humanyun. Os seus jardins foram projetados de acordo com os jardins do paraíso, segundo o Alcorão. O prédio do Taj Mahal foi inspirado nesta construção, que fica próxima ao Raj Ghat.
Complexo Qutb Minar, apesar de ser muito antigo, está localizado na parte nova de Delhi e é uma área arqueológica com construções e ruínas do início do império mongol na India. A torre Qutb Minar possui cinco andares e é um dos monumentos mais belos da Índia.
Paharganj é o bairro mais central de Delhi, localizado bem próximo da Estação Ferroviária e vizinho de Connaugth Place. É um bairro muito movimentado e de preços mais populares. Tem também muitas opções de restaurantes com comidas típicas indianas. Fica na parte nova da cidade, mas suas construções são bem antigas e a área se parece muito com Old Delhi.
Tanto na parte antiga, mas principalmente na parte nova de Delhi, existem muitos shoppings modernos e mercados para se comprar de tudo, desde seda pura, especiarias, informática, etc, mas eu vou deixar para um próximo post para não me alongar muito mais.
A segurança
Apesar de ser uma cidade um tanto confusa para nós, ocidentais, é muito seguro andar em Delhi. Os cuidados e prevenções contra ataques terroristas é grande, o que também ajuda a inibir os crimes e assaltos.
Em praticamente todos os lugares fechados ou cercados, onde circulam muitas pessoas, como shoppings, estações de metrô, monumentos turísticos, etc, precisamos passar por detectores de metais e revista pessoal. Há uma parte reservada para só às mulheres, que são revistadas também por mulheres.
Por tudo o que eu vi e vivenciei em Delhi, na Velha e na Nova, fez com que eu me apaixonasse ainda mais por esta cidade e pelo país. Tudo o que se define como a India que conhecemos e mais a sua surpreendente modernidade, podemos encontrar em uma única cidade.
Espero ter conseguido passar um pouco dos contrastes e os encantos de Delhi!
Beijos,
Ana Maria
Aí que divertido, amei as fotos
ResponderExcluirBeijos
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Obrigada. Camila!
ExcluirBeijinhos
OI linda, amei as fotos e li tudoooo
ResponderExcluirOlha eu não me sinto preparada para Índia kkkk
Muito diferente e complicado de explicar, mas amei ver sua experiência.
Bjs
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Oi Jacque, a India é encantadora, mas realmente é preciso estar preparada para encarar mitos contrastes. É um turismo diferente do que a maioria de nós está acostumada a fazer.
ExcluirBeijos