Continuando o assunto sobre o uso de cartões em viagens internacionais, o post anterior foi sobre os de crédito, hoje vou explicar um pouco sobre o Travel Money ou Travel Card, como também é conhecido este tipo de cartão de viagem.
Quem viaja para o exterior há mais tempo deve lembrar dos Travel Checks, certo? Bom espero que não seja só eu a lembrar desta prática nem tão pré-histórica assim...
Para quem não sabe, até há alguns anos, quando a gente viajava, o mais comum era levarmos uma parte em dólares cash (dólares em espécie) e outra parte em Travel Checks, ou na tradução, Cheques de Viagem.
Como funcionavam os Travel Checks?
A gente comprava um determinado valor em dólares aqui no Brasil e durante a viagem trocava, em uma casa de câmbio ou banco, pela moeda local do país onde estivéssemos. Esses cheques de viagem não eram nominais, mas eram numerados, então, se a gente perdesse, era fácil bloqueá-los. Mas a gente perdia muito nas conversões. Primeiro, quando comprava em dólares e depois, quando trocava pela moeda local.
Acredito que ainda existem estes Travel Checks, mas pela falta de praticidade, sejam pouco utilizados.
Atualmente temos à disposição uma versão muito mais prática, que é o Travel Money ou Travel Card, como são chamados, ou seja, dinheiro ou cartão de viagem.
Para quem não quer usar o cartão de crédito e/ou levar muito dinheiro em espécie em suas viagens, tem à disposição este tipo de cartão, que funciona na modalidade débito e é pré-pago, pois este débito não sai de sua conta corrente e sim de uma conta especial para este cartão.
Como adquirir o Travel Money?
Basta solicitar o Travel Money em um banco. Alguns fornecem apenas para correntistas, mas a maioria não. Não tem custo nem anuidade, apenas é exigido um cadastro, para o controle do Banco Central e um depósito mínimo inicial, que se não me engano, é de US$ 50,00.
Você compra em reais a moeda desejada, que é "carregada" no seu cartão de viagem, como um pré-pago de celular e você vai utilizando os "créditos" que poderão ser recarregados de onde você estiver, direto de sua conta bancária, pela internet, ou também, o valor depositado por alguém que ficou no Brasil.
Este cartão pode ser solicitado com a bandeira Visa ou Mastercard. Existe também o American Express, mas este tem o uso muito limitado. Os cartões com a bandeira Visa são os mais aceitos no mundo.
Eu tenho o VTM (Visa Travel Money). Primeiro eu fiz o VTM para uso em euros e depois, quando fui aos Estados Unidos, mesmo com o cartão anterior na validade, precisei fazer outro para uso em dólar.
Você pode solicitar um cartão adicional, sem custo também e o saldo é de uso comum.
Existe um limite máximo mensal para depósito neste tipo de cartão, que se não me engano, é de US$ 10 mil.
Como utilizar o cartão Travel Money?
Você viaja para o exterior e no lugar onde estiver, vai pagando com este cartão suas contas em restaurantes, lojas, etc. Também pode fazer saques em terminais eletrônicos que tiverem a bandeira de seu cartão.
Independente do valor dos saques, paga-se uma tarifa média de 2,50 dólares ou 2,50 euros, dependendo do tipo de cartão, então, o ideal é evitar pequenos e constantes saques. Se sobrar saldo, que você pode acompanhar pela internet, você saca aqui no Brasil, em reais.
Principais diferenças do Travel Money em relação ao Cartão de Crédito:
1ª - Funciona como um cartão de débito e você usa normalmente em qualquer estabelecimento. Os valores gastos são abatidos do total depositado previamente;
2ª – Se Travel Money for do banco onde você tem conta, você mesma pode recarregá-lo pela internet, direto de sua conta corrente;
3ª - O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é de apenas 0,38%, enquanto que no cartão de crédito é de 6,38% sobre o total gasto no exterior; *Veja alterações no final do post!
4ª – Poucos cartões desta modalidade acumulam milhas.
Eu gosto muito de usar o Travel Money quando não quero voltar de viagem pensando que ainda vai chegar a fatura do cartão de crédito. Neste caso, prefiro a tranquilidade de saber que as despesas já estão todas pagas. Esta é a principal vantagem, pois não haverá surpresas em relação à cotação do dólar, já que isto é definido no momento do depósito.
Mas eu fico muito dividida com o cartão de crédito. Um dos motivos é sobre o acúmulo de milhagens. Já fiz o VTM para euros, do Banco Rendimento, em uma Operadora de Câmbio e ganhei milhagens pela Gol. Quando precisei fazer o VTM para dólar, também do Banco Rendimento, fiz em outra Operadora e não recebi uma mísera milha, porque esta não tinha convênio com nenhuma cia aérea e eu não lembrei de perguntar antes.
Me parece que poucas Operadoras de Câmbio têm esse convênio (alguém me corrige se eu estiver errada...), então é bom se informar sobre isso antes de solicitar o cartão.
Outro motivo é sobre a diferença de cobrança da taxa de IOF. É bem verdade que o IOF é só de 0,38% e o do cartão de crédito é de 6,38%, mas como essa é uma operação de venda de dinheiro, a Operadora de Câmbio coloca o preço que desejar (essa variação se chama spread). Este cálculo varia, mas fica entre 3 e 4 centavos acima, seja ela em que moeda for. *Veja atualização no final do post.
Ainda não fiz os cálculos para ter certeza se é ou não vantajoso devido a essa taxa de conversão e o spread, pois no Travel Money esta é feita geralmente pelo dólar turismo (mais alto que o comercial) e ainda pode variar de acordo com o banco ou casa de câmbio.
No cartão de crédito, a taxa de conversão é feita pelo valor do dólar comercial no dia do fechamento da fatura e compensado depois, para mais ou para menos, de acordo com o dia do pagamento.
Você tem ainda mais uma opção de uso de cartão no exterior, além do Cartão de Crédito e o Travel Money/Card: o seu Cartão de Débito. Para utilizá-lo no exterior como cartão de débito, ele deve ser também cartão de crédito internacional e você precisa liberar o mesmo para uso no exterior na função débito e neste sim, o valor será debitado direto de sua conta corrente. Se não me engano, funciona somente para saques e incidem algumas tarifas, variáveis de acordo com o banco.
Vai viajar para o exterior? Antes de fazer a sua escolha, avalie bem as suas necessidades e decida qual é a opção de cartão para você aproveitar melhor a sua viagem. E lembre-se de sempre levar um pouco de dinheiro em espécie (dólar, euro, peso...) para o táxi e pequenas despesas como gorjetas, cafezinho, etc.
E então, você já sabe qual o melhor cartão para você?
Beijos,
Ana Maria
* Atualização do post em 29 de dezembro de 2013: o governo brasileiro elevou de 0,38% para 6,38% a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente nos pagamentos em moeda estrangeira feitas com cartão de débito, saques em moeda estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks) e carregamento de cartões pré-pagos com moeda estrangeira, a partir de 28 de dezembro de 2013.
Com a medida, estas operações passam a ter a mesma tributação que já incidia, desde 2011, sobre os cartões de crédito internacionais.
Ainda não, mas achei as dicas e informações bem legais
ResponderExcluirOi Gigi, sempre é bom a gente conhecer as opções de cartões que podemos usar lá fora, sem precisarmos levar muito dinheiro em espécie. Bjs
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