Quem nunca pagou mico em viagens que atire a primeira banana!
Viajar é maravilhoso. Estamos sempre descobrindo lugares novos, conhecendo pessoas, aprendendo e vivenciando culturas diferentes... Enfim, é tanto conhecimento que se adquire em uma viagem que seria impossível relacionar.
Eu estou acostumada a viajar e por isso mesmo, sempre me informo antes sobre o que eu gostaria de conhecer em determinada cidade ou país. Compro livros, revistas, mapas e pesquiso na internet o que eu posso para saber mais sobre o lugar, para não deixar de fora algo muito interessante.
Em uma viagem à Europa, em 2010, eu e meu marido estávamos em Roma e decidimos pegar um trem, o Frecciarossa, que viaja em uma velocidade de até 350km/h, para passar um dia em Florença. Pouco mais de 1h de viagem e lá estávamos nós, na cidade de Dante.
Passeamos bastante por Firenze (Florença, em italiano). Andamos em volta do Rio Arno, atravessamos a Ponte Vecchia e admiramos suas vitrines cheias de jóias e ouro. Passamos por algumas praças, igrejas, pelo Palácio Pitti e fomos almoçar. Escolhemos ao acaso um restaurante maravilhoso, o Il Cantinone. É uma adega charmosa e antiga, em arcos e abóbadas de 1200, muito aconchegante. Recomendo mesmo.
Este restaurante tem até uma enoteca própria, com excelentes opções de vinhos.
Almoço no Restaurante Il Cantinone
Os pratos são servidos bem decorados e o ambiente é muito bonito. Pedimos uma salada e 2 pratos diferentes, mais vinho e água e gastamos em torno de 80 e poucos euros, incluindo o serviço.
Até aqui, tudo certo, mas cadê o mico? Calma, eu preciso descrever o acerto para você ter uma ideia do tamanho do erro cometido depois.
Terminado o almoço, fomos passear mais um pouco e entramos na igreja Santa Maria del Fiori. Lindíssima com seus mármores coloridos em branco, rosa e verde. Subimos os 463 degraus íngremes até a cúpula de igreja. Lá de cima se tem uma vista deslumbrante de toda a Florença e arredores.
Do alto do terraço da Igreja Santa Maria del Fiori
Descemos, passeamos mais um pouco e, já cansados mas ainda faltando muito para o nosso trem de volta a Roma, decidimos procurar um restaurante para jantar. Aqui é que o mico se materializa.
Antes de viajar, sempre compramos um Guia Publifolha sobre cada cidade mais importante que decidimos conhecer, e, nele tem dicas maravilhosas. Inclusive nos orienta a não escolher um restaurante com as seguintes características:
1 - Não entrar em um restaurante em que o garçom está chamando na porta. Se o restaurante é realmente bom, não precisa chamar.
2 - Não escolher um restaurante onde o cardárpio está escrito em mais de 5 idiomas, pois se está tentando agradar a tanta gente diferente, não vai agradar a ninguém.
3 - Óbvio, desconfiar de preços muito baratos.
A lista é maior, mas estas 3 dicas são suficientes para se perceber se o lugar é legal ou não.
Bom, cansados de tanto andar, subir e descer degraus e famintos, passamos em frente a um restaurante muio simpático, com mesinhas na frente, folhagens na decoração, tudo muito bonitinho e limpinho. O nome era Hot Pot (não tem nem site). Tudo bem que era até um pouco cedo para o jantar, mas o garçom estava lá na porta e nos chamou para entrar.
Restaurante Hot Pot
Entramos e olhamos o cardápio: estava escrito em 8 idiomas diferentes, mas na hora não nos ligamos neste detalhe. Era um buffet, coisa rara na Europa (eles chamam de self service, mas não é a gente que se serve, como aqui), e o valor era impressionante: 9 euros por pessoa, com uma carne, massa, batata, salada, vinho e sobremesa incluídos. Não lembro se o serviço era à parte. Nos olhamos e pensamos: “Beleza, é aqui mesmo!”
Quando começamos a passar pelo buffet, sentimos que seria uma furada, mas já era tarde. Eu desisti da carne, pois era frango e eu não gosto. Meu marido pegou o tal frango, que foi requentado no microondas, veio chiando e com aquele fiapinho de penugem no couro, perecendo pelinho... Eca!
Bom, quando olhei a batata frita, era puro óleo, mas pude trocar por outra cozida na água. Peguei a massa, era penne, mas depois descobri um novo prato: “pennhoque”. O que é isso? É massa penne com nhoque. Deve ter sobrado nhoque da refeição ou do dia anterior e misturaram para render.
E o vinho? Ai, ai... só de abrir a tampa da garrafinha, deu dor de cabeça. A sobremesa era um tiramissú (é uma das sobremesas mais populares da Itália, a qual leva biscoito tipo champanhe, creme de baunilha, café, queijo). Realmente... não sei como fui acreditar. Era um tipo de flan, bem aguado, nem de longe parecia um tiramissú.
Bom, conseguimos comer só metade de tudo, porque mesmo com fome, não desceu...
Que mico!!! Com o cansaço e a fome, não prestamos atenção aos sinais, mas para uma coisa serviu: nunca rimos tanto! E hoje, só de lembramos deste restaurante, caímos na risada.
Esta experiência valeu muito e fica a dica pra você: se mesmo sabendo, você cai em uma destas, transforme este mico em uma comédia e dê boas gargalhadas!
Se você quiser contar algo engraçado que lhe aconteceu em uma viagem, deixe seu comentário. Eu e outros(as) leitores(as) vamos gostar muito, com certeza.
Beijos,
Ana Maria
ahaha o melhor é a tua cara de vergonha de tipo "poutz e o pior é que a gente sabia".
ResponderExcluirMari.
É verdade Mari, depois a gente ficou ligando os fatos e dizendo: como é que não percebemos, estava na cara?! hahahaha
ResponderExcluirBjs
Quando eu fui à Florença eu passei mal o dia todo, quase não aproveitei, mas lá é lindo!
ResponderExcluirbjs...
Que pena Nanda, mas isso significa que você deve retornar a Florença para curtir melhor a cidade. Bjs
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